sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A Mulher Portuguesa no Século XXI

Aqui estou eu, para abordar o fenómeno mais complexo deste Mundo e de todos os outros: a Mulher. Claramente um tema vasto e com um elevado rol de pontos interessantes, mas vou tentar ser o mais objectivo e prático possível.

Hoje em dia, em pleno Século XXI, a mulher possuí uma posição privilegiada na sociedade (pelo menos, no dito Mundo Ocidental), em termos comparativos com outras eras da história. A Revolução Industrial, e sobretudo, a 2ª Guerra Mundial, trouxeram novas janelas de oportunidades ao sexo feminino. As mulheres saíram do seu espaço confinado e aventuraram se pelo vasto mundo laboral. Primeiro nas indústrias, onde eram mão de obra barata e abundante. E depois, com o evoluir dos tempos, penetraram (salvo seja) em todos os sectores da economia, com especial proeminência na área dos serviços, com a ajuda dos movimentos feministas, que defendiam a igualdade de direitos entre os sexos. Luta que ainda hoje persiste.

Depois desta pequena introdução histórica, venho vos falar da Mulher Portuguesa, esse ser emancipado e sedento de novidades, tal como um vampiro à procura de sangue. A mulher portuguesa apresentou uma evolução significativa nas últimas décadas, deixando de ser a típica dona do lar para passar a ser a combatente e a lutadora do dia a dia, que vai para o trabalho e ainda cuida de si ou da sua família. Mas como não poderia deixar de ser, a mulher portuguesa ainda não evoluiu o suficiente. São como os Pokemons, precisam de mais treino e de mais aperfeiçoamentos para passarem ao outro nível. Calma, vou passar a explicar. A mulher portuguesa tem uma mão cheia de defeitos, que tenho vindo observar, e é por essa razão que escrevo estas palavras sinceras. E tal como a carta de condução, está dividida em categorias.

Não aprecio a mulher espalhafatosa, que fala pelos cotovelos, desmesuradamente, sem nexo. E alto, que é para todas as pessoas num raio de 145 metros possam ouvir as suas postas de pescada. Ou de atum. Ainda há dias, ia eu no comboio suburbano CP Lisboa, procedente de Sintra, e estavam, não uma, não duas, mas sim, TRÊS senhoras de idade, acima dos 60 anos, a falarem tipo grafonolas sobre a Angela Merkel e Salazar. Coisas diametralmente opostas, mas com o mesmo conteúdo disparatado. Contribuíram significativamente para o meu mau humor matinal, atingindo os meus tímpanos com vários decibéis. Minhas senhoras, guardem esses pensamentos para vocês, desabafem nos com os vossos netos, e depois, vão fazer de figurinas para o programa da manhã do Goucha, pode ser?
A mulher exibicionista é a combinação de múltiplos factores. Normalmente, veste se de forma arrojada, possuindo dotes corporais bastante assinaláveis, mas quando abre os dois maxilares para articular uma palavra, infelizmente, temos que recorrer ao Google Translator. Existe também a mulher controladora, ou manipuladora, que tirou um curso de manuseio de marionetas bastante intensivo. Gosta de ver todos os seus amigos e namorado submissos às suas ideias e convicções, esquecendo se que as trelas são para ser usadas em animais quadrupedes, nomeadamente nos cães. Se eu gostasse de mulheres controladoras, iria trabalhar com certeza para uma torre de tráfego aéreo, no Aeroporto de Lisboa/Porto/Faro.
Ainda posso mencionar a mulher ‘nariz empinado’. Sofre de uma má formação congénita que afecta a zona nasal, de tal forma, que em certos casos o nariz chega a tocar na testa. Acham se superiores a todas as outras mulheres neste planeta, são super confiantes nas suas capacidades de encher chouriços, e ainda, pensam que podem ir para a cama com qualquer ser do sexo oposto ao seu.
Como é que se chama uma mulher que apresenta esta vasta combinação de características? Não faço ideia, deixo à vossa imaginação.

Calma. A vida não é só criticar negativamente. A mulher portuguesa também apresenta uma mão cheia de qualidades, e que beneficiam todos os agentes da sociedade.
A mulher portuguesa tornou se mais responsável e senhora do seu destino. Com a emancipação, largou os tachos e o ferro de engomar para enfrentar o dia a dia de cabeça erguida. Levanta se, cuida dos filhos (se os tiver), vai para o emprego, dá o máximo que tem, volta para casa (ou para o ginásio), faz o jantar, ajuda os filhos nos trabalhos da escola e ainda está com o marido (ou namorado, se o tiver). A carga horária e a intensidade dos nossos dias tornou a mulher numa máquina imparável, que consegue conjugar toda a espécie de tarefas, o que me deixa bastante impressionado. Uma mulher organizada é uma mais valia nos dias que correm, face às circunstâncias socioeconómicas que o país atravessa.
Uma mulher optimista está sempre um passo à frente das suas congéneres, pois encara as vicissitudes da vida com outros olhos, e pensa que o dia de amanhã será sempre melhor para si e para os que a rodeiam. E ainda tem a capacidade de contagiar o ambiente em que está inserida. Ámen para estas mulheres.
Uma mulher lutadora é tudo aquilo que precisamos nos dias de hoje. Não vira a cara às dificuldades e às derrotas, e dá sempre o seu melhor, quer seja no emprego, na relação, na política, no desporto. Têm uma fonte de energia bastante grande e o seu carácter por vezes chega a ser frio e arrogante, mas é a forma mais genuína do estado feminino, habituado a discriminações fúteis e sem sentido, neste mundo dominado pelos Homens.

Uma mulher bonita é quase sempre objecto de inveja pelas suas congéneres e objecto de admiração pelos Homens. Bonita por fora, mas essencialmente, bonita por dentro. Uma mulher que o saber ser, e acima de tudo, estar. O binómio ‘saber ser e saber estar’ é fundamental para o sucesso de uma mulher nos dias de hoje. A leitura do momento, de adequar o comportamento face às pessoas que a rodeiam e não passar despercebida são elementos que as mulheres devem ter em conta. A aparência exterior conta muito, não vou negar, com variadas ofertas de roupa, de cortes de cabelo, de unhas, acessórios e de tudo e mais alguma coisa, mas o interior feminino deve ser povoado com um sentido proactivo, tendo como finalidade principal a sua satisfação, ou seja, sentirem se bem com elas próprias e que acrescentam valor com as suas palavras e acções. Outro Ámen a estas mulheres.
Evidentemente que uma mulher bem disposta cativa muita atenção, especialmente do sexo oposto. Mas não em exagero, porque senão podemos resvalar e ir de encontro à mulher espalhafatosa. Com conta, peso e medida, um humor perspicaz, mordaz e audaz. Três adjectivos a acabar em –az, de agradar a qualquer bom rapaz.

Quase com as linhas esgotadas, encaro com optimismo o futuro da Mulher portuguesa. Ela saiu à rua e foi em busca da sua felicidade, sem ter que dar satisfações a ninguém. Mais formação, sobretudo a nível académico, abriu um conjunto de oportunidades sem precedentes, que no tempo do Salazar não existiam e que agora no tempo da Merkel existem. E devem ser aproveitadas, sem medo, com audácia e vontade de vencer.

A minha intenção não passa por desvalorizar a Mulher portuguesa, antes pelo contrário, passa sim por enaltecer o potencial e a força de todas aquelas avós, mães e filhas que batalham diariamente, todas as horas, por um pouco mais de justiça social e de equidade.
As mulheres são um fenómeno complexo, incompreendido e misterioso, mas essencial a toda a sociedade. O Mundo está a seus pés e os Homens que se cuidem, pois as Mulheres estão aí para dominar cada vez mais posições estratégicas da sociedade. E é nesta complexidade, que a Mulher Portuguesa ganha forma. Porque não se nasce mulher, torna se.

À minha Mãe e Irmã.
Boas leituras,
GC

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