quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Adopção de Crianças por Casais Homossexuais

 
{António Banderas e Tom Hanks, Philadelphia, 1993}

Inicia-se agora um breve ciclo de discussão aqui no Sweet Dreams que engloba temas tabu da sociedade portuguesa. Desta vez vou dar o peito às balas, e em prol dos poucos seguidores e leitores atentos que passam por estas linhas, vou abordar questões quentes, como o tema desta crónica, aborto, drogas e Igreja. Responsabilizo me pelas palavras escritas, pois elas reflectem a minha sincera opinião, e espero que ela seja respeitada, pois foi com esse fundamento que criei este blogue. Avancemos então para o tema em questão.

Recentemente, os partidos do governo votaram contra a proposta da oposição que consagrava a adopção de crianças por casais homossexuais. E há dias, na TVI, num programa matinal de grande audiência, debatia se este caso com bastante fervor. 
Convém expressar a minha posição relativamente à homossexualidade. Não sou contra e não é uma situação que me aflige. Considero que a homossexualidade não é uma doença, é antes uma escolha pessoal de quem prefere partilhar a sua vida íntima com um indivíduo do mesmo sexo. A opinião dos meus pais é diferente, por exemplo, mas eles foram educados num panorama diferente. Tem se assistido a um crescendo do lobby gay em Portugal, sobretudo nos meios de comunicação social. Eles estão na televisão, nas revistas, nos jornais, no cinema, na música ou ao virar da esquina. Isso não me faz comichão, desde que essas pessoas sejam felizes, não me chateiem e que paguem os seus impostos.

No que toca à adopção de crianças por casais homossexuais, estou contra. E passo a explicar esta minha posição. A homossexualidade deve ser devidamente respeitada, mas os direitos da criança também. O desenvolvimento da personalidade da criança deve ser baseado na educação que o pai lhe incute, mas mais importante ainda, no papel que a mãe desempenha na formação de comportamentos. O que irá responder a criança quando lhe perguntarem na escola: “Como é que se chama a tua mãe?” ou “Não festejas o dia da Mãe?” (ou Pai, se estivermos a falar de adopção por um casal de lésbicas). O complexo de Édipo seria marginalizado se a adopção fosse permitida. Este complexo foi desenvolvido por Freud e defende que a criança consegue distinguir as diferenças entre os sexos, tendendo a fixar as suas atenções nas pessoas do sexo oposto, em ambiente familiar. Daí se dizer que os filhos se apegam mais às mães e as filhas aos pais.

Esta minha argumentação pode parecer nebulosa e levanta uma pergunta pertinente: não será preferível que uma criança seja adoptada por um casal homossexual em vez de estar institucionalizada em abrigos ou em centros de adopção? Não duvido que o Eduardo Beauté e que o seu companheiro Luís Borges tenham o máximo amor pelo seu pequeno Bernardo, mas a adopção desta criança vai contra o complexo de Édipo e sobretudo, contra os dogmas implementados na sociedade portuguesa. Deve ser dada a prioridade a casais heterossexuais ou a famílias monoparentais com possibilidades de proporcionar uma vida estável à criança.

Afasto me dos argumentos da Igreja, que sempre foi uma instituição algo suspeita nestas andanças, já que há uns séculos atrás considerava a homossexualidade como uma heresia, queimando os ditos hereges em praça pública. Defendo a minha opinião, que certamente será diferente daquela que alguns leitores possam ter, mas felizmente estamos numa democracia, e há que saber ler, ver, ouvir e refutar os argumentos apresentados. A criança deve ser educada por um Pai e por uma Mãe, que podem e devem proporcionar uma formação equilibrada e bem tipificada sexualmente. Isto não quer dizer que num futuro próximo os casais homossexuais não possam adoptar crianças. Mas penso que a sociedade portuguesa, aquela que dizem ser de brandos costumes, ainda não está suficientemente preparada para abordar este tema com profundidade, e as pessoas e instituições preferem colocar as pontas soltas para debaixo do tapete.

Vou agora retirar as balas que estão alojadas no meu peito, pois tenho mais temas auspiciosos a saírem do forno.
"Não desejo suscitar convicções, o que desejo é estimular o pensamento e derrubar preconceitos." {Sigmund Freud}

Votos de boas leituras,
GC