segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A Força está na Vontade


De regresso para mais uma crónica, nem sempre é fácil escolher um tema para dissecar. Ou porque as ideias andam escassas ou porque não há muita disponibilidade para escrever. Mas felizmente consegui arranjar um tempo para expor as próximas ideias, que se debruçam sobre o nosso futuro. O pessoal e o profissional. Vamos lá então!

Pois é. Acabou-se a boa vida, aquela que tinha começado aos 6 anos de idade, quando entras para a escola primária, e que conhece um fim ao terminares a tua licenciatura ou mestrado. No meu caso, terminada a licenciatura, desfrutei ao máximo de três meses de férias, onde fiz um pouco de tudo. Fazer parte de uma comissão de festas, ir ao maior número possível de festas populares, passar dias a fio na praia, dormir como se não houvesse amanhã, jantares intermináveis com os amigos, desfrutar do Algarve... foram portanto 90 dias em alta rotação. Mas como todas as coisas boas têm um fim, está na hora de arregaçar as mangas e trabalhar.
A entrada para o mercado de trabalho marca o início de uma nova etapa nas nossas vidas, onde passamos a focar os nossos olhos noutros horizontes. Conhecemos novas pessoas, novas metodologias, novos conceitos, e sobretudo, a responsabilidade aumenta. A responsabilidade não é propriamente uma coisa má, antes pelo contrário, faz com que estejamos de olhos bem abertos, com o intuito de darmos o nosso melhor enquanto pessoa e colaborador de uma empresa.

Valorizo o facto de ter tirado uma licenciatura que me possibilitou arranjar emprego na respectiva área de formação, o que nos nossos dias, é algo cada vez mais difícil de encontrar. O mérito não é só de quem estuda, mas é também das faculdades e do seu reposicionamento no mercado universitário, com uma oferta de currículos mais vasta, que vai de encontro às necessidades das empresas. As empresas percepcionam esta mudança e focam o seu recrutamento para as universidades mais cotadas, no sentido de colmatar as lacunas de capital humano.
Aqui está outra perspectiva a ser analisada. Os Recursos Humanos deram lugar ao Human Capital, porque os colaboradores de uma empresa formam um capital essencial para o cumprimento de objectivos globais. Para além do capital financeiro e tecnológico, o capital humano deve ser a força motriz da economia, aliado a uma formação adequada, porque no fundo, quem possuí conhecimento tem na mão uma grande vantagem competitiva.
Depois deste devaneio teórico, passo a explicar. A formação académica e laboral são essenciais para o desenvolvimento social e económico de um país. Apesar do desemprego jovem ser elevado, sinto-me bastante contente por ver alguns dos meus amigos a ingressarem no mercado de trabalho, sinal de que o esforço financeiro e psicológico não foram em vão. Acredito sobretudo que é uma questão de atitude e de pró-actividade, porque as coisas não caem do céu. E mesmo aqueles amigos que ficaram para trás nos estudos, aperceberam-se que a aposta na formação é fundamental para melhorarem o seu nível de vida. Tudo para responder à pergunta: 'onde queres passar as tuas férias daqui a 20 anos?'. A resposta a esta pergunta está no empenho que colocamos no trabalho diário de cada um.

Tal como diz um senhor meio 'maluco', é preciso bater punho. Ficar fechado numa redoma não é definitivamente a solução. Talvez por isto, muitos jovens acabam por definhar à sombra da bananeira, porque os pais estendem demasiado a mão. Mas cada caso é um caso, e não convém generalizar.
Portugal está a atravessar um momento dificílimo na sua história e toda a gente protesta. Por tudo e por nada. Mas como pode um país estar bem de saúde, se o maior partido de todos é a abstenção? E porque razão as pessoas não exigem tanto dos políticos como exigem do Cristiano Ronaldo quando o rapaz falha um golo de baliza aberta? 
Por vezes, chamam-me 'extremista' e 'fundamentalista', mas na essência, é a minha maneira de ver o Mundo. Gosto demasiado de Portugal e prefiro ver o lado positivo das coisas. A questão aqui não é saber qual é o problema... mas sim a solução. E tipicamente, morremos afogados em problemas. 

O que mais me choca não é a greve dos autocarros, dos comboios, dos aviões ou dos barcos... mas sim a greve de espírito que se apoderou de todos nós. É por isso que desligo a televisão e passo a não ter paciência para os dramas psicadélicos de muita boa gente.
Depois destas palavras em jeito de desabafo, fica a ideia de que a formação é o maior investimento que se pode fazer... formação académica, profissional, mas também cívica. Porque a falta de civismo é muito feia e faz com que as pessoas andem de mau humor e deprimidas.

Nota final: caros leitores, como se devem ter apercebido, existe algum lapso temporal entre as minhas publicações. Esta nova etapa exige muita entrega e disponibilidade, mas sempre que me for possível, publicarei o que me vai na alma. Ficar quieto e calado é uma coisa que não me assiste, já dizia o outro rapazinho que se espalhou de skate.

'É erro vulgar confundir o desejar com o querer. O desejo mede os obstáculos... a vontade vence-os.' {Alexandre Herculano}

Boas leituras,
GC